sexta-feira, 17 de junho de 2011

Do Tarô de Marselha





O Tarot de Marselha (Marseille) é um dos mais tradicionais da história desse oráculo. Tem esse nome porque teve origem na cidade de Marseille, na França, provavelmente no século XVI trazido – acredita-se - por ciganos da Ásia Central.


Esse Tarot se caracteriza pelos desenhos simples de seus arcanos, e é o mais conhecido e famoso Tarot de todos os tempos. Atualmente existem várias versões suas e todas são derivadas do original que se popularizou na França a partir do final do século XV. Suas figuras são muito simples, mas também eficazes e apelativas, sendo capazes de mostrar profundos segredos. Além da simplicidade, esse baralho trazia a numeração das cartas em algarismos romanos e os títulos em francês. Segundo o tarólogo, pesquisador e escritor Carlos Godo, "o tarot foi muito divulgado entre os árabes na época das Cruzadas, tendo sido trazido para a Europa pelos cavaleiros europeus que retornavam dos combates aos Mouros. Claro que, explica Carlos Godo, em pleno fulgor religioso não se aceitariam cartas com motivos evidentemente orientais, por isso as cartas receberam uma "roupagem" condizente com os costumes da época. Datariam desse período as primeiras edições do Tarot, de apresentação rústica e medieval, das quais conhecemos principalmente o Tarot de Marselha, o qual é considerado pelos estudiosos como o mais primitivo Tarot ocidental. Seria, portanto, o mais próximo de suas origens.", finaliza Carlos Godo.
  

Antigo Tarot de Marselha


No início do século XVIII, as figuras do Tarot de Marselha foram entalhadas em madeira por Claude Burdel e a partir de então divulgada pelos impressores da época. No início suas lâminas eram coloridas à mão, sobre a impressão inicial dos riscos das figuras. Marselha foi o maior centro de produção de baralhos de Tarot da Europa nos séculos XVII e XVIII, e seu estilo foi copiado por fabricantes até de outros países. O Tarot de Marselha teve grande influência sobre os jogos que surgiram nos séculos XVIII e XIX. Seu manuseio se tornou mais fácil quando B. P. Grimaud lhe fez algumas alterações, arrendondando-lhe os cantos e usando cores mais vivas, com predominância do vermelho e do azul. Em 1930 Paul Marteau, grande mestre das cartas na França, traduziu toda a simbologia do Tarot de Marselha, redesenhando-o e fixando suas tonalidades definitivas.




Baralho de Grimaud, Paris





O que a História nos conta...


Os Primeiros Baralhos: séc. XIV–XV



As cartas de jogar apareceram na Europa cristã por volta de 1367, data da primeira evidência documentada de sua existência — a proibição de seu uso, em Berna, na Suíça. Antes disso, as cartas foram usadas por muitas décadas no Al-Andalus islâmico. As primeiras fontes européias descrevem um baralho com normalmente cinquenta e duas cartas, como o baralho moderno sem curingas. O tarô de setenta e oito cartas resultou da adição de vinte e um trunfos numerados mais um sem número (o curinga) à variante de cinquenta e seis cartas (quatorze cartas cada naipe).



A expansão do uso dos jogos de cartas na Europa pode ser estimada por volta de 1377, a partir de quando as cartas de tarô parecem ter-se desenvolvido por volta de quarenta anos depois, e são mencionadas no que sobreviveu do texto de Martiano da Tortona. Estima-se que o texto tenha sido escrito entre 1418 e 1425, uma vez que o pintor Michelino da Bezzoso retornou a Milão em 1418 e o autor faleceu em 1425.



Da Tortona descreve um baralho semelhante em muitos aspectos às cartas usadas em jogos de tarô, embora o que ele descreve seja mais um precursor do tarô que o que se pode conceber das atuais cartas de tarô. Por exemplo, seu baralho tem apenas dezesseis trunfos, com motivos destoantes aos dos atuais baralhos (lá são deuses gregos), e os quatro naipes são quatro espécies de pássaros, e não os naipes italianos comuns. O que faz do baralho de Tortona mais semelhante ao tarô que os outros baralhos descritos na época é obviamente a presença de cartas de trunfo no conjunto. Cerca de vinte e cinco anos depois, Jacopo Antonio Marcello, um contemporâneo de Da Tortona, denominou-os de ludus triumphorum, ou "jogo dos triunfos".




Baralho Siciliano



  

Le Bateleur ("O Mago") do Tarô de Marselha


Os documentos seguintes que parecem confirmar a existência de objetos semelhantes a cartas de tarô são dois baralhos milaneses (o Brera-Brambilla e o Tarô Cary-Yale) — fragmentários, infelizmente — e três documentos, todos da corte de Ferrara, na Itália. Não é possível datar os conjuntos de cartas, mas estima-se que tenham sido manufaturados por volta de 1440. Os três documentos datam de 1.º de janeiro de 1441 a julho de 1442, com o termo trionfi registrado pela primeira vez em fevereiro de 1442. O documento de janeiro de 1441, que usa o termo trionfi, não é considerado confiável; contudo, o fato de o mesmo pintor, Sagramoro, ter sido comissionado pelo mesmo patrão, Leonello d'Este — como no documento de fevereiro de 1442 — indica que é ao menos plausível um exemplo do mesmo tipo. Depois de 1442 há uns sete anos sem quaisquer exemplos de material semelhante. O jogo parece ter ganhado importância no ano de 1450, um ano de jubileu na Itália, que presenciou muitas festividades e um grande movimento de peregrinos.


Os motivos especiais das cartas de trunfo, adicionados às cartas de naipe, parecem ter sido ideologicamente determinados. Especula-se que elas tragam um sistema específico que leva mensagens de diferentes conteúdos. Os exemplares mais antigos mostram idéias filosóficas, sociais, poéticas, astronômicas e heráldicas, bem como um grupo de antigos heróis romanos, gregos e babilônicos — como no caso do Tarô Sola-Busca (1491) e no poema do Tarô Boiardo (entre 1461 e 1494). Por exemplo, o tarô mais antigo que se tem notícia, descrito no livreto de Martiano, foi confeccionado para mostrar o sistema de divindades gregas, um tema que estava em moda na Itália. Sua produção pode muito bem ter acompanhado uma celebração triunfal do comissário Filippo Maria Visconti, duque de Milão, significando que o propósito do baralho era expressar e consolidar o poder político em Milão (como era comum para outros artesãos da época). Os quatro naipes traziam quatro pássaros, motivos que frequentemente apareciam na heráldica dos Visconti, e ordem específica dos deuses conotava que o baralho pretendia trazer uma os Visconti se identificavam como descendentes de Júpiter e Vênus (vistos não como deuses mas como heróis deificados).


Os primeiros baralhos conhecidos parecem ter trazido o número padrão de dez cartas de naipe numeradas, mas com apenas reis como figuras, e dezesseis trunfos. O padrão posterior (de quatro naipes com quatorze mais vinte e duas) levou tempo para se estabelecer; baralhos trionfi com setenta cartas só começaram a ser documentados em 1457. Nenhuma evidência corrobora com o formato final de setenta e oito cartas existente antes do poema dos tarocchi Boiardo e Sola Busca.




Baralho de Visconti-Sforza



As mais antigas cartas de tarô existentes são de três conjuntos dos meados do século XV, todos feitos para membros da família Visconti. O primeiro baralho é conhecido como Tarô Cary-Yale (ou Tarô Visconti-Modrone), que foi criado entre 1442 e 1447 por um pintor anônimo para Fillipo Maria Visconti. As cartas (apenas sessenta e seis), estão hoje na Biblioteca da Universidade de Yale, em New Haven. Mas o mais famoso desses baralhos antigos foi pintado em meados do século XV para celebrar o governo de Milão por Francesco Sforza e sua esposa Bianca Maria Visconti, filha do duque Fillipo Maria. Provavelmente, essas cartas foram pintadas por Bonifacio Bembo, mas algumas das cartas foram pintadas por miniaturistas de outra escola. Das cartas originais, trinta e cinco estão na Morgan Library & Museum, vinte e seis na Accademia Carrara, treze estão na Casa Colleoni e duas, 'O Diabo' e 'A Torre', estão perdidas, ou possivelmente omitidas. Este baralho "Visconti-Sforza", que foi bastante reproduzido, combina os quatro naipes de ouros, espadas, copas e paus e as cartas da corte rei, rainha, cavaleiro e valete com cartas de trunfo que refletem a iconografia da época num grau significativo.



Por muito tempo, as cartas de tarô permaneceram um privilégio das classes altas e, embora alguns sermões do século XIV advertissem para o mal existente nas cartas, a maioria dos governos civis geralmente não condenava as cartas de tarô nos seus primórdios. De fato, em algumas jurisdições, as cartas de tarô eram especialmente isentas das leis que proibiam os jogos de cartas.






Baralhos posteriores: séc. XVI–XX



Como os tarôs antigos eram pintados à mão, estima-se que o número de baralhos produzidos era um tanto pequeno, e foi apenas depois da invenção da imprensa que a produção em massa de cartas se tornou possível.



Durante a fase de produção artesanal das cartas, desenvolveram-se muitas variedades regionais com diferentes sistemas de naipes e também na ordem dos trunfos. Com a expansão do jogo do tarô pela Europa — originalmente um jogo italiano, espalhou-se pelo sul da França, Suíça, Bélgica, sul da Alemanha e pelo então Império Austro-Húngaro — e com a mudança da produção artesanal das cartas para uma produção em grande escala, a produção das cartas passou por um processo de padronização. Assim, antes do século XVIII os fabricantes de cartas italianos já haviam padronizado as figuras representadas nos trunfos — mesmo que elas fossem desenhadas de maneira diferente pelos diferentes fabricantes. Além disso, havia variações regionais nas regras do jogo no que diz respeito à ordem dos trunfos. Até fins do século XVII, o principal centro produtor de cartas era Milão e a partir dessa cidade o jogo expandiu-se para o sul da França e outras regiões. Os tarôs produzidos na França baseavam-se assim no tarô milanês. No fim do século XVII, a indústria de cartas milanesa sofreu um colapso e o tarô vindo do sul da França passou a dominar o mercado de cartas.





Vários baralhos sobreviveram desde essa época vindos de várias cidades na França — o mais conhecido deles foi um baralho da cidade de Marselha, e assim denominado Tarô de Marselha. Por volta da mesma época, o termo tarocchi apareceu. Dessa forma o assim chamado Tarô de Marselha — por ser produzido nessa cidade — difundiu-se pela Lombardia e influenciou a produção de cartas em outras regiões da Itália e da Europa. Em meados do século XVIII uma versão derivada do Tarô de Marselha, o chamado Tarô de Besançon, já dominava o mercado de cartas de tarô em todas as parte, exceto nas regiões que hoje formam a Itália e a Bélgica.



Os tarôs até então usavam o mesmo sistema de naipes que era na época usado na produção das cartas de baralho comuns — os chamados naipes espanhóis. Em 1470 os fabricantes de cartas franceses desenvolveram o chamado sistema francês, que são os símbolos usados nas cartas de baralho atuais. Esse sistema, mesmo sendo mais simples de imprimir, não se difundiu muito depressa e foi usado primeiramente para os baralhos comuns. Somente por volta de 1750 na Alemanha foram produzidos os primeiros tarôs com naipes franceses e até o pricípio do século XIX já haviam substituído em praticamente toda a Europa os tarôs tradicionais para fins de jogo. Os novos tarôs caracterizam-se por uma maior liberdade na representação dos trunfos: as figuras tradicionais foram substituídos por ilustrações coloridas. Esse tipo de cartas é usado atualmente para o jogo.



Sul Italiano
Espanhol
Português
Alemão
Spade
Espadas
Espadas
Schwerter
Coppe
Copas
Copas
Kelche
Ori
Oros
Ouros
Münzen
Bastoni
Bastos
Paus
Stäbe
Naipes do baralho italo-espanhol





Norte Italiano
Francês
Inglês
Português
Alemão
Picche
Pique
Spades
Espadas
Pik
Cuori
Coeur
Hearts
Copas
Herz
Quadri
Carreau
Diamonds
Ouros
Karo
Fiori
Trèfle
Clubs
Paus
Kreuz
Naipes do baralho francês












Do Jogo de Cartas


Baralho Comum


Um dos usos do baralho de tarô é o jogo de cartas. O jogo de tarô é conhecido sob muitas variações (muitas delas culturais), cujas regras básicas são apresentadas pela primeira vez no manuscrito de Martiano da Tortona antes de 1425. As referências seguintes são de 1637. Na Itália o jogo se tornou menos popular; uma versão, o Tarocco Bolognese: Ottocento conseguiu sobreviver e ainda há outras versões jogadas no Piemonte, mas o número de jogos fora da Itália é bem maior, todos ligados ao nome tarô, na França, e tarock, nos países germânicos e eslavos.



Método



A leitura do tarô é executada por meio de uma técnica específica, jogos e métodos a serem estudados. Porém, tem-se observado não ser tão simples jogar o tarô, como o imaginário popular o faz crer. Médiuns, escolhidos ou estudiosos devem seguir um longo estudo para uma leitura séria de tarô, cada qual dentro de seu contexto. Num processo mediúnico, o tarô, seria uma ligação espiritual entre o ser e o plano superior como qualquer outro instrumento o faria, tais como, a cristalomancia ou a piromancia. Por outro lado, existem as técnicas de leitura baseadas numa teoria consistente que, neste caso, serve tanto às leituras quanto à busca por autoconhecimento e o desenvolvimento espiritual.




Cartas de Tarô para jogar.




Usa-se um baralho de tarô para jogar. Os assim chamados "baralhos esotéricos" geralmente não são ideais para se jogar, porque, por exemplo, faltam símbolos e indicações nas quinas das cartas. Um baralho típico para se jogar é o francês de formato padrão, o chamado Tarot Nouveau, com naipes franceses iguais aos do baralho comum de cinquenta e duas cartas. O baralho Tarot Nouveau apresenta trunfos que trazem cenas tradicionais de atividades sociais da França, em níveis crescentes de prosperidade; isso difere do caráter e da ideologia das cartas dos baralhos italianos como o Tarocco Piemontês ou o Tarocco Bolonhês, ou o Tarô Rider-Waite ou o Tarô de Marselha mais conhecidos da cartomancia.




Tarocco Piemontês






Tarocco Bolonhês






Baralho Art Nouveau; Autor: Matt Myers, feito em 1989.



Sem mencionar que veio sendo fabricado artesanalmente, e posteriormente, a fabricação  passou a ser de alta escala, industrialmente. (Veja aqui)




Outros baralhos de tarô (tarot/tarock/tarocco), populares na Itália, Espanha, Suíça e Áustria, usam os naipes latinos de espadas, bastões, taças (copas) e moedas (outros), ou os naipes alemães de corações, sinos, bolotas e folhas. O caracteres representados nos trunfos são semelhantes aos encontrados nos tarôs italianos; os baralhos alemães são os que menos tipicamente seguem essas caracterizações.




O baralho de tarô de 78 cartas, diferente do baralho comum, contém:








Baralho usado para o Jogo de Tarot





14 cartas, cada um dos quatro naipes:  10 cartas numeradas de um (ou ás) a dez, mais as figuras, que no jogo de tarô são quatro: Rei, Dama, Cavaleiro e Valete;

21 trunfos, conhecidos no tarô esotérico como arcanos maiores, cuja função no jogo é um naipe permanente de trunfos;

1 carta sem número chamada Curinga, ou o Louco dos baralhos esotéricos, conhecido nos jogos de tarô como a Desculpa, chamada assim porque o jogador pode usá-la como "desculpa" para não seguir o naipe regente da vaza — mas às vezes atua como o trunfo mais forte.




Arcanos Maiores do Taro de Marselha.





Como certas regiões adotaram jogos de tarô que usam um baralho incompleto, os próprios baralhos se tornaram especializados. Um maço "completo" de tarô como o do jeu de tarot contém todas as 78 cartas e pode ser usado para qualquer jogo do gênero; muitos baralhos de tarock austríacos e húngaros e de tarocco italiano, contudo, apresentam um conjunto menor de cartas adequado somente para jogos dessas regiões particulares.





Scapini - Luigi Scapini




O TARÔ ESOTÉRICO



O termo Tarô esotérico refere-se ao uso das cartas de tarô como parte integrante do ocultismo moderno, juntamente com a astrologia, a alquimia e a cabala.



A HISTÓRIA DO TAROT ESOTÉRICO



A primeira grande publicidade acerca do uso divinatório do tarô veio de um ocultista francês chamado Alliette, sob o pseudônimo de "Etteilla" (seu nome ao contrário), que atuou como vidente e cartomante logo depois da Revolução Francesa. Etteilla desenhou o primeiro baralho esotérico, adicionando atributos astrológicos e motivos "egípcios" a várias cartas, elementos alterados do Tarô de Marselha, e incluindo textos com significados divinatórios escritos nas cartas. Mais tarde Mademoiselle Marie-Anne Le Normand popularizou a divinação durante o reinado de Napoleão I, pela influência que exercia sobre Josefina de Beauharnais, primeira esposa do monarca. Contudo, ela não usava o tarô típico.




O Baralho de Etteila








Sobre ETTEILA (Mais dele)






Jean Baptiste Alliette (1738-1791), mais conhecido como Etteilla, foi um francês que fabricava perucas e dava aulas de álgebra. Ele inverteu as letras de seu nome para torná-lo mais atraente para o exercício das práticas divinatórias. Ele se considerava um “mestre da cartomancia” e foi o primeiro homem ligado à leitura da sorte através das cartas. Foi um dos discípulos de Gebelin e dizia ser aluno do Conde de Saint Germain, um mago alquimista que teria mais de 2000 anos e o descobridor do elixir da longa vida.

Etteila estava sempre atento as novidades ao seu redor, e pouco tempo depois da publicação da obra de Gebelin, ele lançou o seu “Grande Etteilla” ou “Livro de Thoth”, endossando a origem egípcia do Tarot e afirmando que o baralho original havia sido escrito em folhas de ouro num templo de Memphis.

Em 1778 fundo a “Sociedade de Intérpretes do Livro de Thoth”, a primeira associação dedicada à leitura de cartas. Sua intenção era revelar “a chave dos 78 hieróglifos que estão no Livro de Thoth, obra de 17 magos, descendentes de Mercúrio-Thot”.

Ele foi o primeiro cartomante homem profissional de renome. Tinha o dom da palavra e conhecimentos gerais dos símbolos e da Cabala. Escreveu vários livros e desenhou diversos Tarots com um significado mais profundo, mudando o desenho dos arcanos e a ordem das cartas, alegando assim restaurar o verdadeiro e antigo simbolismo das cartas.

Sua bem sucedida popularização sobre a origem egípcia do Tarot reverteu a favor de Gebelin, que até hoje está intimamente associado ao tema egípcio do Tarot. Etteilla era amigo de Mdlle Lenormand, a criadora do “Petit Lenormand” (baralho cigano), sua discípula e segundo maior nome mundial da cartomancia. Ele e sua obra também influenciaram fortemente o trabalho de Papus com o Tarot dos Boêmios.






O Livro de Thot; Etteila









Sobre GÉBELIN







Prudência, no livro Monde primitif de Gébelin (1781),
corresponde ao Pendurado no Tarô de Marselha
e baralhos tradicionais.








Baralho de Gebelin



Antoine Court de Gébelin (originalmente Antoine Court) (1719?-84), Pastor Protestante suíço, fancófono e ocultista, que iniciou o movimento público para interpretar o Tarô como depositário atemporal de Sabedoria Esotérica.



Se alguém pretendia anunciar que ainda existe uma Obra Egipcia antiga,

um de seus livros que escapou das chamas que tragaram suas extraordinárias Bibliotecas,

 e que contém seus mais altos ensinamentos sobre objetos fascinantes... 

Você não acreditaria que ele quer se divertir, enganar seus Leitores?”

Antoine Court de Gébelin em Tarot, Monde primitif



Antoine Court de Gébelin foi um dos maiores pesquisadores e estudiosos do Tarot. Após vários anos de pesquisa acabou por concluir (apesar de nunca apresentar provas concretas) que o Tarot é originário do Antigo Egito, sendo uma versão do lendário Livro de Thoth, com pequenas alterações. O livro matriz teria sido elaborado pelo próprio Thoth, em lâminas de ouro, e, segundo o esoterista Paul Christian, estaria oculto num templo próximo da cidade de Mênfis, no Egito.



Outro intelectual francês, Eliphas Lévi iniciou seus estudos sobre Tarot em 1856. O seu verdadeiro nome era Alphonse Louis Constant, um sacerdote católico. Filósofo e escritor de extraordinária cultura, Lévi relacionou os vinte e dois Arcanos Maiores do Tarot com as vinte e duas letras do alfabeto hebraico e apontou estreitas ligações entre eles e a Árvore da Vida dos cabalistas, cuja estrutura básica compõe-se igualmente de vinte e dois caminhos que interligam as dez sephirot. Pesquisador incansável, Éliphas Lévi escreveu vários livros de fundamental importância para os estudiosos do ocultismo, entre os quais Dogma e Ritual da Alta Magia, que se divide em duas partes compostas de vinte e dois capítulos cada uma. Embora não seja abertamente declarado, cada capítulo corresponde a profundas reflexões sobre os vinte e dois Arcanos Maiores. Este livro e a associação à Cabala proporcionaram ao Tarot a sua definitiva ascensão aos mais altos graus de interesse dos ocultistas do final do século XIX até aos dias atuais.



http://pt.scribd.com/doc/123690/Dogma-e-Ritual-de-Alta-Magia-Eliphas-Levi





Sobre Papus (Mais dele)



Papus



Grande Ocultista foi Gerard Encause, ou Papus. Ele também relacionou o Tarot ao alfabeto hebraico e à Cabala. Médico do exército francês e membro da obra Cabalista Rosa-Cruz, Papus publicou a sua primeira obra aos 19 anos. Criou um baralho baseado no Tarot de Gebelin, com desenhos de inspiração egípcia e seguindo a relação Arcanos-Letras do Dogma e Ritual da Alta Magia. Os seus conceitos estão expostos nos livros o Tarot dos Boêmios e o Tarot Adivinhatório.




Baralho de Papus



Link para baixar o Tarot dos Boêmios (Em inglês)







Sobre Waite


Waite




Baralho de Waite





Dr. Edward Waite (1857 – 1942) desenvolveu e concebeu o seu radical e ímpar baralho de Tarot (posteriormente denominado Tarot de Rider Waite) com a ajuda da artista Pamela Colman Smith. Este foi um dos primeiros Tarots a ilustrar completamente os 78 arcanos e não apenas os 22 arcanos maiores. As obras de Waite sobre o Santo Graal foram particularmente notáveis e alguns dos seus livros ainda hoje se mantêm em catálogo, como o “Book of Ceremonial Magic” e “The Holy Kabbalah”. . Edward Waite afirmava que o Tarot incorporava as representações simbólicas das idéias universais, por trás das quais estão todos os subentendidos da mente humana.





OSWALD WIRTH






http://en.wikipedia.org/wiki/Oswald_Wirth





Oswald Wirth (1860, Brienz, Cantão de Berna - 1943) era um ocultista suíço, artista e autor de livros, tais como, “The Tarot dos Magos  (“O Taro dos Magos”), livro em que contribuiu para os estudiosos de Tarot, principalmente, pelo ponto chave deste livro: a exploração astronômica, ao invés de se restringir a Astrologia, em suas associações com Arcanos Menores.



http://www.tarotpedia.com/wiki/Wirth,_Oswald#Books_on_this_author



Ele estudou o esoterismo e simbolismo com Stanislas de Guaita, e em 1889 ele criou um conjunto de trunfos de Tarot baseado no baralho de Marselha. Seus interesses também incluíram a Maçonaria e Astrologia. Assim, também fez uma correspondência com as letras hebraicas.





Sobre Aleister Crowley (Ver mais)






"Faze o que tu queres será o todo da Lei" (AL I:40)
"Amor é a lei, amor sob vontade" (AL I:57)



Uma das figuras mais prestigiadas do século XX foi o ocultista britânico Aleister Crowley. Dono de uma personalidade controversa e de um invejável senso de autopromoção, tornou-se uma figura de expressão no cenário ocultista e também fora dele. Na década de 40 do século XX, Crowley juntamente com Lady Frieda Harris, criaram o famoso Tarot de Thoth que inclui elementos simbólicos egípcios, gregos e orientais. Crowley acreditava que o Tarot era um conjunto de informação secreta, uma força viva e uma chave para o mundo que habita no inconsciente.




Baralho de Crowley






Sobre JUNG






No decorrer do século XX, a psicologia teve uma influência determinante na criação e elaboração de novos baralhos que incorporam conscientemente novos e fascinantes elementos psicológicos. Nesse contexto e com os novos conhecimentos divulgados por Jung e outros pesquisadores passou-se a adotar uma postura mais científica em relação ao simbolismo do Tarot. O ser humano passou a compreender melhor os fenômenos parapsicológicos e as profundezas da mente e do subconsciente.





Livro de Taro e JUNG





Os arquétipos do Tarot para Jung





Mas os dois caminhos que distinguimos se prestam, ainda, a outras interpretações. Carl Gustav Jung vê neles os dois aspectos da luta do homem contra os outros e contra si mesmo; a via solar da extroversão e da ação, da reflexão prática e teórica de motivação racional; e a via lunar da introversão, da contemplação e da intuição, em que as motivações são de ordem sensível, imaginativa e global.

Observamos também que aparecem, no tarot, vários arquétipos essenciais: a Mãe (Papisa, Imperatriz, Julgamento), o Cavalo (Carro), o Velho (Imperador, Papa, Eremita, Julgamento), a Roda (Roda da fortuna), a Morte, o Diabo, a Casa ou a Torre (Habitação Divina, Lua), o Pássaro (Estrela, Mundo), a Virgem, a Fonte, a estrela (Estrela), a Lua, o Sol, os Gêmeos (Diabo, Sol), a Asa (Enamorado, Temperança, Diabo, Julgamento, Mundo), a Chama (Habitação Divina)..






Qualquer que seja o valor de todos esses pontos de vista, não devemos esquecer que o Tarot não se submete inteiramente a nenhuma tentativa de sistematização: há sempre alguma coisa que nos escapa. O seu aspecto divinatório não é o menos difícil de ser apreendido. Não o consideraremos aqui, pois as combinações são infinitas e as interpretações, mesmo que se baseiam em símbolos que tentamos esclarecer, exigem uma educação da imaginação que só se adquire com longa prática e uma grande reserva de julgamento.








Desde então as cartas de tarô são associadas ao misticismo e à magia. O tarô não foi amplamente adotado pelos místicos, ocultistas e sociedades secretas até os séculos XVIII e XIX.  A tradição começou em 1781, quando Antoine Court de Gébelin , um clérigo protestante suíço, e também maçom, publicou Le Mond Primitif, um estudo especulativo que incluía o simbolismo religioso e seus remanescentes no mundo moderno. De Gébelin primeiro afirmou que o simbolismo do Tarô de Marselha representava os mistérios de Ísis e Thoth. Gébelin também afirmava que o nome "tarot" viria das palavras egípcias tar, significando "rei, real", e ro, "estrada", e que por conseguinte o tarô representaria o "caminho real" para a sabedoria. Dizia o autor que os ciganos, que estavam entre os primeiros a usar o tarô para uso divinatório, eram descendentes dos antigos egípcios (daí a semelhança entre as palavras gypsy e Egypt, em inglês, mas isso na verdade é um estereótipo para qualquer tribo nômade), e introduziram as cartas na Europa. De Gébelin escreveu esse tratado antes de Jean-François Champollion ter decifrado os hieróglifos egípcios, ou de fato ter sido descoberta a Pedra de Roseta, e, mais tarde, os egiptólogos não encontraram nada que corroborasse a etimologia fantasiosa de Gébelin. Apesar disso, a identificação do tarô com o "Livro de Thoth" já estava firmemente estabelecidas na prática ocultista e segue como uma lenda urbana até os dias de hoje.




Tarot Hermético


A concepção de que as cartas são um código místico foi mais profundamente desenvolvido por Eliphas Lévi  (1810-1875) e foi difundida para o mundo pela Ordem Hermética da Aurora Dourada. Lévi, e não Etteilla, é considerado por alguns o verdadeiro fundador das modernas escolas de Tarô. Sua publicação Dogme et Rituel de la Houte Magie ("Dogma e Ritual da Alta Magia"), de 1854, introduziu uma interpretação das cartas que as relacionava com a Cabala Hermética. Enquanto aceitava a origem egípcia do tarô proposta por Court de Gébelin, o autor rejeitava as inovações de Etteilla e seu baralho alterado, e por sua vez delineava um sistema que relacionava o tarô, especialmente o Tarô de Marselha, à Cabala Hermética e aos quatro elementos da alquimia.




Eliphas Levi





O tarô divinatório era cada vez mais popular no Novo Mundo a partir de 1910, com a publicação do Tarô de Rider-Waite (elaborado e executado por dois membros da Aurora Dourada), que substituía a tradicional simplicidade das cartas numeradas de naipe por cenas simbólicas. Este baralho também obscureceu as alegorias cristãs do Tarô de Marselha e dos baralhos de Eliphas Lévi mudando alguns atributos (por exemplo trazendo "O Hierofante" no lugar de "O Papa", e "A Alta Sacerdotisa" no lugar de "A Papisa"). O Tarô Rider-Waite ainda é muito popular no mundo anglófono.

  

Desde então, um número enorme de baralhos diferentes tem sido criado — alguns tradicionais, outros vastamente diferentes. O uso divinatório do tarô, ou como um compêndio simbológico, inspirou a criação de inúmeros baralhos oraculares. São baralhos para inspiração ou divinação contendo imagens de anjos, fadas, deuses, forças da natureza etc. Embora obviamente influenciados pelo tarô, eles não seguem sua estrutura tradicional: algumas vezes omitem ou trocam alguns dos naipes, outras vezes alteram significativamente o número e a natureza dos arcanos maiores.





Estrutura do Tarot Esotérico



O tarô esotérico é constituído de 78 arcanos e se encontra dividido em dois grandes grupos:



Arcanos Maiores do Taro de Marselha.
1) Arcanos maiores



Os arcanos maiores possuem 22 símbolos arquetípicos que revelam os estados latentes das idéias e possibilidades da vida, a saber:



 1. O Mago
 2. A Sacerdotisa - A Papisa
 3. A Imperatriz
 4. O Imperador
 5. O Papa
  6. Os Enamorados
 7. O Carro
 8. A Força
 9. O Eremita
 10. A Roda da Fortuna
 11. A Justiça
 12. O Enforcado
 13. A Morte
 14. A Temperança
 15. O Diabo
 16. A Torre
 17. A Estrela
 18. A Lua
 19. O Sol
 20. O Julgamento
 21. O Mundo
 22. O Louco



2) Arcanos menores



Os Arcanos menores que expressam os resultados e as formas das idéias, contidos no primeiro conjunto, possui 56 arcanos distribuídos por quatro símbolos básicos: o Naipe de Ouros, o Naipe de Espadas, o Naipe de Copas e o Naipe de Paus. Por sua vez, cada naipe, possui dez arcanos numerados e quatro arcanos com figuras da corte medieval (Valete, Cavaleiro, Rainha, Rei).



Naipe de ouros



O naipe de ouros está relacionado ao elemento terra, portanto à vida material, às conquistas financeiras, profissionais e a tudo que, enfim, representa aquilo que pode ser tangível em termos materiais. No naipe de ouros existe a possibilidade de se conseguir conquistar a segurança material com trabalho, disciplina e esforço. O ser humano é ambicioso e a ambição tem relação como o naipe de ouros. Outra característica do naipe de ouros é a dedicação, o esforço, o empenho dedicados aos estudos e ao trabalho.



Naipe de Espadas



O naipe de espadas liga-se ao elemento ar e está relacionado ao poder ambivalente da mente e do pensamento.



Naipe de Copas



No tarô, o naipe de copas é ligado ao elemento água e ao mundo dos sentimentos, sendo o símbolo da taça relacionado ao coração, como receptáculo das nossas emoções.



Naipe de Paus



O naipe de paus corresponde ao elemento fogo que a tudo transforma sem ser alterado. Representado pelo bastão, está ligado ao fazer e à criatividade.





Um caminho de evolução em direção á sabedoria



Só diante do mundo, o homem busca o caminho da sabedoria na aquisição de um domínio duplo: o do mundo exterior e o do seu universo interior. Esse domínio provém de uma iniciação progressiva que, por sua vez, distingue duas vias, duas formas ou duas fases principais, de predominância ativa ou passiva, solar ou lunar.


A primeira se baseia na exaltação do princípio de iniciativa individual, na razão e na vontade. Convém ao erudito que tem sempre o domínio de si mesmo, que só conta com os recursos da sua própria personalidade, sem esperar ajuda das influências exteriores. A segunda é totalmente diferente, pois toma uma posição exatamente contrária á da primeira. Longe de desenvolver o que tem dentro de si e de dar de acordo com toda a expansão de suas energias intimas, o místico deve ficar em estado de receber em toda a medida de uma receptividade especialmente cultivada (WIRT, 49).

Assim, de dois em dois, o racional e o místico - como o masculino e o feminino – se opõem e se completam. A força (XI) e o Enforcado (XII), por exemplo, são apenas dois aspectos de um mesmo símbolo: força exterior do arcano XI, força interiorizada e espiritualizada do enforcado (XII). Nesse sentido, também, o Mago em busca da iniciação se choca, primeiramente, com a Sacerdotisa (II), detentora dos segredos do mundo: para ler no seu livro, é preciso ter inteligência da Imperatriz (III) e do Imperador (IV). Com o papa (V), a iniciação torna-se efetiva: o homem conseguirá elevar-se através das provas dos demais arcanos, a primeira das quais será a tensão do Enamorado (VI), centro da primeira fileira de cartas, pois sem o impulso afetivo nada é possível. Após essa escolha que o compromete, o senhor do Carro (VII) pode vir a abusar do seu poder e a orgulhar-se de sua força: a Justiça (VIII) lembrar-lhe-á a lei do equilíbrio indispensável e, forte com o seu ideal.






Lemniscata





Ele vai partir, como um Eremita (IX) através do mundo; mas, na medida em que o Eremita procura a verdade, julga e põe em movimento a Roda da Fortuna (X) que dá o que ele deve receber, segundo o seu estado interior e seu próprio desejo de evolução. Só a força (XI) pode deter a Roda da Fortuna.

No final dessa primeira via, o iniciado encontrou o que procurava; a força usa o mesmo chapéu que o Mago: a lemniscata do signo do infinito.








A fase mística



Com o Enforcado (XII), começou da segunda fileira, o iniciado entra num mundo invertido, onde os meios materiais já não são eficazes: é a via mística e passiva. O arcano sem nome do n° XIII indica-nos a morte, cuja foice vermelha, cor de sangue e de fogo, corta e queima as ilusões, e que, longe de ser um fim, é um começo. Mas, nessa nova vida que nos é prometida, não se deve forçar as etapas: as exigências da Temperança (XIX) são as mesmas que as do Eremita (VIII); é só depois de ter tomado consciência dos seus limites e adquirido o equilíbrio interior que o homem poderá enfrentar o Diabo (XV), símbolo da mais grave tentação, a que nos promete poderes ocultos tão grandes quanto os claros poderes de Deus, mas que tecem ligações igualmente grandes com a força diabólica.






Infelizmente, as construções do orgulho humano estão todas destinadas á queda, e eis a Torre fulminada da Habitação divina (XVI). Daí em diante, só a estrela (XVII) de Vênus resta ao homem, dupla estrela de esperança e de amor, centro da segunda fileira de cartas e base do eixo vertical do tarô. Como a Lua (XVIII) acompanha a estrela no céu físico, ela a segue no mundo simbólico do tarot, condutora dos valores do passado, rica de todo o inconsciente, domínio do imaginário onde são reforçados os devaneios. Sem a aliança da Estrela e da Lua, não poderíamos enfrentar a luz e o fogo do sol (XIX), arcano da iluminação total, sob o qual, pela primeira vez, o homem não está mais só. A partir de então, ele pode ser julgado na sua totalidade, nele próprio e nas suas obras. O seu filho, aos olhos do anjo do juízo (XX), simbolizará a testemunha. Alcançou o cume da iniciação, e o mundo (XXI) só existe como síntese do que ele adquiriu. Conseguiu operar a transmutação do mundo objetivo em valor psíquico, i.e., em linguagem alquímica que, tendo saído junto com o Mago da matéria-prima, vai chegar ao ouro (DELT, 11, 488).



Assim, enquanto a primeira via da iniciação conduzia á força (XI), condição do Mago que realizou o seu programa (WIRT, 53), a segunda via, a da mística, parte do Enforcado (XII) e nos conduz ao Louco, cuja passividade reveste-se, aqui, de um caráter sublime (WIRT, 55). É aquele que, depois de ter obtido deste mundo tudo o que ele pode dar, reconhece que não possui nada válido e, em consequência, volta ao desconhecido, ao não conhecível que precede a vida e continua após ela. Diante desse duplo impasse, só nos é possível continuar a procurar, tendo, porém, enfim admitido na nossa inteligência e aceito nos sofrimentos da nossa carne, que há uma diferença entre a nossa diferença entre a nossa natureza e a de Deus; a única relação possível com ele reside na esperança, no abandono e no amor. Essa é a ultima lição do tarô concebido como um caminho iniciático.



Seria pouco dizer que vivemos num mundo de símbolos: um mundo de símbolos vive em nós. Da psicanálise à antropologia, da crítica de arte à publicidade e à propaganda ideolágica ou política, ciências, artes e técnicas tentam, cada vez mais, atualmente, decifrar a linguagem dos simbolos, não só para ampliar o campo do conhecimento e aprofundar a comunicação, como também para domar uma energia de um tipo especial, subjacente aos nossos atos, reflexos, tendências e repulsões, das quais apenas começamos a vislumbrar o extraordinário poder. Anos de reflexão e de estudos comparativos sobre um conjunto de informações reunidas por uma equipe de pesquisadores, abrangendo áreas culturais através do desenrolar da história e da extensão do povoamento humano, levaram os autores a demonstrar o caráter profundo da linguagem simbólica, tal como ela se subdivide nas camadas ocultas da nossa mente. Todos sentirão a importância deste Dicionário. Mais de 1600 artigos, entrelaçados por comparações e remissiva, muitas vezes reestruturados após longa maturação, permitem o desvendar do símbolo melhor do que a razão por seus próprios meios. Este conjunto único abre as portas do imaginário, induz o leitor a refletir sobre os símbolos.

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Tarot 93 -
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Thoth (scans & card commentaries by site visitors. "click on cards" folder) -
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*As mais antigas cartas de Tarot


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